“Eu não acredito em bruxas… Mas que as há, há!” Quantas vezes já ouviu esta famosa expressão? Saiba que mulheres se identificam como bruxas nos dias de hoje.
Os primeiros encontros que temos com bruxas, enquanto crianças, é através de filmes intemporais. Falamos, por exemplo, de algumas obras como “O Feiticeiro de Oz”, “A Bela Adormecida” ou “Branca de Neve”. À exceção da bruxa boa, no primeiro exemplo aqui dado, recordamos as bruxas como pessoas com um aspeto desagradável, vestidas de preto e com verrugas no rosto.
À medida que a idade avança, entram no nosso imaginário figuras mais ou menos mitológicas, ligadas à cultura celta. Por exemplo, as Wicca. Mulheres misteriosas, tidas como tentadoras, que usam roupa preta e maquilhagem carregada. Estes clichés fazem sentido, ou fazem parte de uma cultura que está a ficar desatualizada?
Conhece a origem da expressão “caça às bruxas”? Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, esta famosa frase significa “perseguição sistemática de um governo ou de um partido aos seus adversários políticos”.
A sua origem remonta ao período em que se perseguiam pessoas por motivos religiosos e políticos, com o pretexto de que praticavam bruxaria. Bruxaria como práticas em contacto com forças demoníacas. Esta ideia-chavão ainda é aplicada hoje em dia. Basta pensarmos na forma como alguns políticos falam de manifestações e movimentos formados sobretudo por mulheres.
A religião Wicca teme uma banalização do termo, muitas vezes encarado como uma ofensa, num saco de preconceitos. São mulheres sedutoras, mas ameaçadoras, misteriosas, mas também “atiradiças”, acreditam em feitiços, mas são tremendamente espirituais.
Por outro lado, a popularidade de sagas como Harry Potter, mostra-nos bruxas e feitiçeiras como raparigas e mulheres “normais”, mas extremamente inteligentes, que têm sempre de esconder os seus dotes.
Segundo um artigo da revista New Yorker, de 24 de agosto de 2019, de todos os estereótipos e preconceitos que rodeiam as bruxas, encontram um ponto em comum com o que é dito sobre a figura que as personifica: a mulher. Temida e desejada simultaneamente.
As bruxas contemporâneas não são mais do que uma amálgama de imagens e interpretações. Felizmente, seja qual for a crença de cada um ou o preconceito que nos acompanha, a liberdade para todos viverem conforme as suas regras, parece ser o que nos une a todos.
Acredita em bruxas?